Salvador

Ireuda Silva e titular da Semdec discutem estratégias para criar mais oportunidades para mulheres surdas no mercado de trabalho

Como se não bastasse o machismo que, por si só, exclui muita mão de obra qualificada do mercado de trabalho, as mulheres com deficiência auditiva também enfrentam várias outras barreiras na busca por um emprego formal e digno. Com isso em mente, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Ireuda Silva (Republicanos) se reuniu nesta terça-feira (09) com Mila Paes, titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, emprego e Renda (Semdec), para discutir o tema.

Dificuldades para se qualificar, preconceito e falta de preparo das empresas são alguns dos obstáculos a serem vencidos. “A desigualdade no mercado de trabalho para com as pessoas surdas, principalmente as mulheres, é gritante. Chega a ser uma violação da lei que garante igualdade de oportunidade a todos os brasileiros. Por isso, é necessário que pensemos estratégias para além de estimular as empresas a abrirem cotas. Precisamos criar condições para que essas mulheres se ergam e se autonomizem na própria dignidade”, disse Ireuda.

Nesse sentido, tramita na Câmara Municipal de Salvador (CMS) um projeto de indicação da republicana que prevê a criação departamento SIMM Mulher Surda no SIMM Mulher. O objeto é promover a capacitação e inclusão das mulheres surdas no mercado de trabalho. “[…] é notória a desigualdade existente no mercado de trabalho entre homens e mulheres e em especial as mulheres surdas que possuem maiores dificuldades para ingressarem no mercado de trabalho em virtude da ausência de qualificação e o preconceito existente pelos empregadores que associam possíveis limitações como a incapacidade para o exercício de uma profissão”, diz um trecho da matéria.

<strong>Violência</strong>

Outro problema enfrentado pelas mulheres surdas de maneira muito mais intensa é a violência doméstica. Dados mostram que os casos aumentaram na pandemia, e a subnotificação pode ser maior do que se imagina. “Como as mulheres surdas vão ligar para denunciar se a maioria delas se comunica por libras?”, questiona Ireuda. Para a republicana, melhores oportunidades de emprego também podem ajudá-las a se livrar desse mal, já que terão mais condições de depender menos dos maridos.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 10 milhões de pessoas surdas no Brasil, o que equivale a 5% da população brasileira.

Também participaram da reunião nesta terça Maria Eduarda Lomanto, diretora de Trabalho e Empreendedorismo, e Vera Garcez, assessora da secretaria.

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