Suíca entrega título de cidadão e comenda Maria Quitéria para Mone Lima e Bia Ferreira, ícones do esporte baiano
Dois atletas baianos foram homenageados em Salvador, nesta quarta-feira (29), com o título de cidadão soteropolitano e com a comenda Maria Quitéria durante sessão especial presidida pelo vereador Luiz Carlos Suíca (PT). Amonio de Lima Silva, popularmente conhecido por ‘Mone’, e Beatriz Iasmin Soares Ferreira, a ‘Bia Ferreira’, receberam as respectivas honrarias das mãos do edil petista e falaram sobre a projeção mundial do boxe. Ambos atuam no pugilismo baiano e foram campeões olímpicos como treinador e como atleta de alto rendimento. Mone agora é cidadão de Salvador e Bia recebe a comenda que reconhece o trabalho de mulheres que se destacam em atividades em benefício da capital e do estado.
Na oportunidade, Suíca parabenizou os atletas e defendeu a necessidade de novos incentivos dentro do cenário político para fomentar o esporte. “As honrarias representam muito para a Bahia, primeiro pela resistência desses jovens negros e pobres da periferia, que com força e dedicação alcançaram o auge das suas carreiras. Mone começou conosco em um projeto no fundo do quintal de sua casa há 20 anos em Pernambués. Aos poucos foi galgando espaço com ajuda de amigos e chegou a treinador da seleção olímpica brasileira. Sendo campeão com Herbert Conceição e Bia Ferreira. Mone voltou para Salvador e tem ampliado nosso projeto para jovens em situação de risco”, sintetiza o petista.
Suíca ainda salientou que o projeto comandado por Mone teve inscrição de 60 atletas em apenas 30 dias de retorno e uma fila enorme para dar conta. Ele também frisa a importância de Bia Ferreira para o esporte feminino. “Ela é uma guerreira negra da periferia e continua crescendo. Continua na seleção brasileira, vai até a França e, depois, vai tentar o pugilismo profissional, e eu estarei aqui para apoiar e ajudar no que for necessário. Isso é para mostrar que o povo brasileiro, o da periferia pode mais. Se o estado ajudar, logicamente teremos vários outros nomes campeões. Esporte não é política de governo, é política de estado. Somente assim conseguiremos vencer o crime e a pobreza”.
Mone e Bia Ferreira
Campeã mundial na categoria leve (até 60kg), Bia Ferreira é uma atleta de Salvador que conquistou medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Desde 2017, quando virou titular de sua categoria na seleção, ela tem subido em pódios e deseja seguir com novas vitórias. Em 28 competições, Bia conquistou 27 medalhas. A mais importante delas veio em 2019, em Ulan-Ude, na Rússia. Mas o maior feito de sua carreira aliado ao ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, foi o Prêmio Brasil Olímpico. “Uma de minhas missões era continuar melhorando e facilitando o acesso de outras atletas à modalidade. Hoje somos seis categorias olímpicas e quando cheguei eram três. Busco os melhores resultados para tornar mais fácil para a galera que está vindo aí”, aponta Bia.
Mone foi o instrutor do medalhista de bronze, no Campeonato Mundial de Boxe Amador em 2019, em Ecaterimburgo, e campeão Olímpico de Boxe, Hebert Conceição. O treinador fez história ao acolher o lutador venezuelano Eldric Rodríguez, da equipe olímpica de refugiados da Olimpíada de Tóquio, dando suporte ao boxeador durante toda a competição. Mone, agora, dá aulas para jovens em situação de vulnerabilidade social em Pernambués e considera que o seu maior objetivo na seleção foi concluído. “Meu sonho era ir aos jogos olímpicos. Conseguir ir e trazer três medalhas para o Brasil. Fui cumprir uma missão e voltei para continuar esse projeto. Agora é dar oportunidades a novos talentos, principalmente aos jovens de Pernambués, onde fui criado. A ideia é que o bairro seja representado mundo afora. Tenho certeza que outros atletas também podem chegar à seleção através do nosso projeto”, completa.
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