Sessão na ALBA marca os 158 anos da Batalha do Riachuelo
Solenidade foi comandada pelo presidente Adolfo Menezes, a partir de iniciativa do deputado Antônio Henrique Junior
A Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA realizou hoje (16.06), no Plenário, Sessão Especial comemorativa pelo 158º aniversário da Batalha Naval do Riachuelo, data magna da Marinha do Brasil. A homenagem foi proposta pelo deputado Antônio Henrique Junior, justificando a importância do evento para a construção da identidade nacional. “Bela iniciativa do meu colega deputado Antônio Henrique e apoiada, por unanimidade, por todos os deputados da Casa. A Batalha Naval do Riachuelo, ocorrida há 158 anos, foi determinante para a vida do Brasil, consolidando a nossa soberania como nação”, destacou o deputado estadual Adolfo Menezes, presidente da ALBA. Na solenidade, a Marinha foi representada pelo Comandante do 2º Distrito Naval, vice-almirante Antônio Carlos Cambra, e pelo chefe de Logística e Mobilização do Estado Maior das Forças Armadas, almirante André Luiz Mendes.
Em seu discurso, o chefe do Legislativo estadual traçou um paralelo entre o Dois de Julho e a Batalha Naval do Riachuelo: “São 200 anos do nosso Dois de Julho que, com certeza, pelo seu espírito libertário, influenciou nossos marinheiros e oficiais, 42 anos depois, no Rio Riachuelo, em 11 de junho de 1865, quando a Marinha do Brasil foi decisiva, em aliança com Uruguai e Argentina, na Guerra do Paraguai, forjando o que se tem de mais forte no coração dos brasileiros: a defesa permanente pela nossa liberdade”.
Considerada por historiadores como a maior e mais brutal batalha naval da América do Sul, a Batalha do Riachuelo ocorreu no dia 11 de junho de 1865, em meio à Guerra do Paraguai, conflito ocorrido entre 1864 e 1870 que foi resultado de uma série de disputas políticas envolvendo as nações que trafegavam na região do rio da Prata. Historiadores estimam que cerca de 150 mil paraguaios e 50 mil brasileiros morreram na Guerra do Paraguai.
A batalha naval, que se deu no arroio Riachuelo, afluente do Rio Paraná na província de Corrientes, na Argentina, foi considerada de suma importância para a vitória da Tríplice Aliança (Brasil, Uruguai e Argentina) frente às forças paraguaias. O triunfo na Batalha marca a criação da Marinha do Brasil.
Fotos: Sandra Travassos/ALBA
Leia abaixo íntegra do discurso do presidente Adolfo Menezes:
DISCURSO ADOLFO MENEZES – BATALHA DO RIACHUELO
16.06.2023
Minhas senhoras, meus senhores
Começo com o genial baiano Raul Seixas e um verso da sua música “Tente Outra Vez”:
“Não diga que a vitória está perdida, se é de batalhas que se vive a vida”.
E a Batalha Naval do Riachuelo, ocorrida há 158 anos, é determinante para a vida do Brasil.
Ela é tão significativa que é a data magna da Marinha do Brasil!
Parabéns ao deputado Antônio Henrique, e a todos os deputados desta Casa, pela iniciativa de fazer esta homenagem.
A Batalha Naval do Riachuelo, de 11 de junho de 1865, forjou o que se tem de mais forte no coração dos brasileiros: o desejo e a defesa permanentes pela nossa liberdade.
E aproveito para relembrar um trecho do nosso “Hino ao Dois de Julho”, que diz: “com tiranos não combinam brasileiros corações”.
São 200 anos do nosso Dois de Julho que, com certeza, pelo seu espírito libertário, influenciou nossos marinheiros e oficiais, 42 anos depois, no Rio Riachuelo, quando a Marinha do Brasil foi decisiva, em aliança com Uruguai e Argentina, na Guerra do Paraguai.
Coube ao futuro marquês de Tamandaré a tarefa de comandar o poderio bélico-naval brasileiro, realizando o bloqueio dos rios Paraguai e Paraná, além de cobrir a retaguarda no Rio da Prata.
“O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever”, diz a grande lição deixada pelo Almirante Barroso, o comandante vitorioso nesta operação crucial para o desfecho da luta.
Portanto, a Batalha do Riachuelo é a nossa pedra fundamental na construção de uma nação próspera, democrática e soberana.
Soberania que vai muito além da área de quatro milhões e meio de quilômetros quadrados de nossos mares e quarenta mil quilômetros de calhas fluviais navegáveis.
Nasci no sertão, em Campo Formoso, e não tive a honra de servir à Marinha do Brasil, mas posso ostentar esse orgulho ao ver o meu filho Arthur envergar este lindo uniforme azul e branco, com todos matizes do céu e do mar.
Parabéns aos homens e mulheres, militares e civis que se dedicam à Marinha do Brasil. Orgulhem-se, mesmo!
Os versos da canção “Cisne Branco” dizem:
“Qual linda garça que aí vai cruzando os ares; vai navegando, sob um belo céu de anil”.
Mesmo que o céu esteja tempestuoso e o mar encapelado, vocês, marinheiros e marinheiras, serão sempre a nossa permanente esperança de dias ensolarados e mares calmos, com soberania, democracia e liberdade.
Parabéns, marujos e marujas; parabéns, gloriosa Marinha do Brasil.