Atriz baiana cria projeto emergencial para enfrentar a pandemia
A atriz, escritora e gestora cultural baiana Maria Prado de Oliveira resolveu criar um projeto para manter o exercício da criatividade em dia e garantir alguma renda nestes tempos de pandemia. Trata-se do ao PÉ DO OUVIDO, voltado para redes sociais e que consiste no envio de áudios com textos inéditos e personalizados, escritos e lidos pela atriz, com um tema escolhido pela pessoa interessada. Esses áudios podem ser para a própria pessoa que contrata o serviço ou para ser oferecido para alguém.
“Sabemos que os artistas e trabalhadores das artes foram alguns dos primeiros que pararam e serão uns dos últimos que voltarão depois que a pandemia passar. E não sabemos de que maneira”, justifica Maria Prado, que tem uma microempresa na área cultural, a Luminosa Produções Artísticas, que vive dias difíceis. “Estou tentando não fechá-la, mas não há renda e os impostos continuam batendo na porta, além de outros custos”, observa.
Por outro lado, o setor não vem contando com apoio do Governo Federal, “ que destruiu as políticas públicas para o nosso segmento”, do governo da Bahia e da prefeitura de Salvador, que ainda não propuseram políticas emergenciais que socorram os trabalhadores das artes de forma abrangente, apesar dos esforços e propostas de vários artistas e técnicos.
Maria Prado diz que “há colegas em situações calamitosas, em necessidades extremas, sem ter o que comer, não somente na Bahia, mas em todo o Brasil”. O único alento, segundo ela, é a Lei de Emergência Cultural, que acaba de ser aprovada pela Câmara Federal: “Não é a solução para os trabalhadores das artes, mas é muito, muito importante”.
“Este meu projeto, continua, além de levar ludicidades, lirismos e bons afetos para as pessoas neste momento trágico, pode gerar renda mínima para que, no meu caso, não seja mais uma produtora artística que tenha o seu negócio fechado.
Foto: Tetê Marques/Divulgação