Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): entenda o distúrbio hormonal que afeta 10% das mulheres
Hábitos de vida podem contribuir exponencialmente para equilíbrio endócrino e controle dos sintomas
Setembro é o mês de conscientização sobre Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), distúrbio hormonal que atinge cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, segundo estimativa da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). A condição é caracterizada pela produção elevada de hormônios masculinos, em especial a testosterona, podendo levar a formação de múltiplos cistos nos ovários e causar várias repercussões negativas na saúde e qualidade de vida das pacientes.
“Cerca de dois milhões de brasileiras sofrem com ovários policísticos e, por isso, a informação é fundamental para promover o diagnóstico precoce e a prevenção de complicações decorrentes dessa patologia que é crônica e multifatorial”, afirma o ginecologista Airton Ribeiro, diretor médico da CAM.
Ciclos menstruais irregulares ou ausência deles, maior risco de obesidade e acúmulo de gordura abdominal (visceral), dislipidemia (elevação anormal nos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue), hirsutismo (aumento de pelos em locais onde só é comum nos homens), acne, complicações cardiovasculares, síndrome metabólica e infertilidade, são algumas das inúmeras implicações que podem ser causadas pelo distúrbio hormonal. “A doença cística do ovário se manifesta de modo diferente em cada paciente, algumas têm um quadro com sintomas mais leves e outras podem desenvolver formas mais graves, inclusive com risco aumentado para resistência à insulina e, consequentemente, propensão para desenvolver a diabetes tipo 2”, ressalta o médico.
Embora suas causas sejam pouco conhecidas, o distúrbio, também conhecido como “Síndrome de Stein-Leventhal”, é associado a fatores genéticos e desequilíbrios hormonais. Segundo o especialista, mudanças no estilo de vida, com adoção de alimentação saudável e rica em fibras, controle do estresse e prática regular de atividade física, são as primeiras recomendações para a redução dos sintomas. “É fundamental restringir o consumo de carboidratos simples e evitar alimentos ultraprocessados, com alto teor de açúcar refinado e gorduras saturadas e trans, que podem causar picos de glicose, piorando o quadro geral da paciente”, esclarece o médico. “A perda de peso também pode contribuir, consideravelmente, para melhorar sua condição”, acrescenta.
Quando as medidas relacionadas aos hábitos de vida não são suficientes para amenizar os sintomas do distúrbio endócrino, é necessário recorrer ao tratamento medicamentoso, que será sempre individualizado de acordo com a necessidade da paciente, podendo ser feito com anticoncepcionais, diuréticos, antidiabéticos, dentre outros. “A indicação cirúrgica para retirada dos cistos ou dos ovários não é comum, mas também pode ser uma alternativa para casos mais graves, quando a paciente não responde ao tratamento farmacológico”, finaliza o diretor médico da CAM.
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