Salvador

Guardiões da praia coletam 300 Kg de lixo em 90 minutos na Praia de São Tomé de Paripe

Ação da campanha “O mar não está para plástico” revela necessidade de promover cultura oceânica em Salvador

Em 90 minutos de coleta de resíduos sólidos na Praia de São Tomé de Paripe, 101 voluntários participantes da campanha “O Mar não está para Plástico” recolheram 8.330 itens que encheram 38 grandes sacos onde foram descartados 300 Kg de lixo. A ação, realizada no Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias (18/09), foi uma pequena mostra de um problema muito maior: o descaso de boa parte da sociedade em relação ao destino do lixo e à preservação do meio ambiente. Além de representantes do Instituto Rede Mar Brasil e da Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB), a coleta contou com o apoio da Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia (SEMA); da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Seccis), Ouvidoria Geral do Município de Salvador, Marinha do Brasil, Faculdade Unijorge e Mahalo.

Entre os materiais mais coletados por esses “guardiões da praia”, destacam-se tampas, lacres e argolas de garrafas (2263 unidades); copos,talheres e pratos (1500 unidades); tampas de metal (1.011); espetos e varetas (780); sacos e sacolas (675 unidades); fragmentos de plástico (500 unidades); palitos de picolé (300) e bitucas, guimbas e filtros de cigarro (250). O resultado da ação coletiva é considerado pelos organizadores como uma pequena mostra de um grande problema: a ausência de uma cultura oceânica na sociedade. “A população precisa desenvolver uma consciência ambiental sólida para, a partir dela, mudar atitudes. Todos precisamos repensar o destino que damos a todo o lixo que, diariamente, produzimos. Precisamos aprender a reciclar, reutilizar, reduzir o consumo de plástico e, principalmente, passar este conhecimento para as futuras gerações”, declarou a presidente da ACEB, Marinalva Nunes.

Para fomentar a cultura oceânica e transformar a campanha ‘O mar não está para plástico’ em uma ação perene, os organizadores reuniram especialistas para desenvolver uma cartilha educativa. “O objetivo é distribuir este material nas escolas, para promover consciência de sustentabilidade entre crianças, adolescentes e jovens do estado. Precisamos avançar muito para que a década do Oceano (2021-2030) cumpra seus objetivos”, completou o presidente do Rede Mar Brasil, William Freitas. A publicação está em fase de produção e sua distribuição será iniciada em breve como projeto-piloto na Escola Estadual Rotary, localizada no bairro de Itapuã, em Salvador.

A degradação do plástico é extremamente lenta e pode demorar mais de 450 anos. Quando descartado nos oceanos, ele se fragmenta em pequenas partículas plásticas (microplásticos), que acabam participando da cadeia alimentar de animais marinhos, causando a morte deles e interferindo no ciclo reprodutivo de muitas espécies. Além de reduzir o consumo de plástico, sua reciclagem e reutilização são formas eficazes de promover a cidadania oceânica. Atitudes como levar copos e canecas não-descartáveis para a praia e para o trabalho e reduzir ao máximo o uso de materiais descartáveis fazem a diferença. “A educação ambiental precisa ter protagonismo na grade curricular de todas as escolas da Bahia e do Brasil. Vamos juntos participar da luta para que isso se transforme em uma realidade”, sugeriu Marinalva Nunes.

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