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Mulheres rurais baianas mostram força do trabalho da agricultura familiar

Resistentes, guerreiras, fortes, corajosas, resilientes, as mulheres rurais somam 80% de participação na agricultura familiar, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na Bahia, elas se destacam na participação e gestão de associações e cooperativas, na lida na roça, e são fonte de inspiração para os jovens.

A agricultora familiar da zona rural do município de Irará, na comunidade de Sobradinho, Maria José Cerqueira dos Santos, acredita na força desse segmento, responsável por mais de 70% dos alimentos consumidos pelos baianos. “Labuto na roça desde criança e cresci nela. Foi na roça, com a produção de mandioca, fazendo beiju, que criei meus oito filhos e é dela que tiro o nosso sustento. Ensinei para meus filhos sobre o valor da terra e é esse aprendizado que passo para os meus três netos, quando eles assistem sentadinhos eu descascar mandioca”.

A luta, força e as conquistas de Maria são fontes de inspiração para sua filha, Ticiane Mirele, que está cursando o 3º ano da Escola Família Agrícola de Irará: “Vi o exemplo de luta da minha mãe, uma mulher guerreira, que quis me capacitar para conhecer mais a roça e valorizar o que a gente tem. Minha mãe me ensinou o valor de plantar, de colher e que mulher é capaz de se sustentar e sustentar suas famílias pelo trabalho na roça. Eu assumo minha origem e é nesta terra que quero viver”.

Maria e Ticiane fazem parte das milhares de mulheres que vêm sendo apoiadas no desenvolvimento de sistemas produtivos e na integração do mercado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), que tem dedicado atenção especial à mulher rural, ampliando o acesso às políticas públicas.

Na comunidade de Sobradinho, por exemplo, está sendo implantado, pelo Bahia Produtiva, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR), uma unidade de beneficiamento da mandioca, no valor de R$ 316,7 mil, beneficiando diretamente 32 mulheres, entre elas, Ticiane e Maria José: “Hoje, trabalhamos na casa de uma associada, e com esse apoio, teremos um espaço próprio. O trabalho, que é todo no braço, a gente vai dividir com as máquinas. Com a assistência técnica já melhoramos nossa produção, agora é beneficiar na unidade pra gente vender mais e aumentar a nossa renda”, conta Maria José.

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