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Recifense ganha concurso LGBT com fantasia em homenagem à Santa Dulce

Foi com a fantasia em homenagem à Santa Dulce dos Pobres que o recifense Severino Queiroga da Silva, 53 anos, venceu a 23ª edição do Concurso Nacional de Fantasia LGBT, na categoria Originalidade, recebendo um prêmio de R$4 mil. Em meio ao Carnaval dos Carnavais, o evento aconteceu na noite desta segunda-feira (24)  na Praça Municipal, no Centro Histórico de Salvador, e contou com 15 participantes. Os candidatos também concorreram na categoria Luxo, cujo resultado ainda não foi divulgado.
 
A ocasião também contou com performances de atores transformistas e shows artísticos como da transexual paulistana Whilla White e das drags baianas Léo Vittar, Scher Marie, Sissy Zeta, Suzi d’ Costa e Scarleth Sangalo. O concurso foi promovido pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), em parceria com a Quimbanda Dudu, e apoio da Prefeitura, através da Empresa Salvador Turismo (Saltur). 

Severino, que já possui oito títulos no concurso, disse que a fantasia de Santa Dulce foi feita por ele mesmo e pesa cerca de 54 quilos, com quatro metros de altura e seis de largura. A criação durou cerca de dois meses. O destaque vai para os elementos recicláveis presentes no conjunto, a exemplo de garrafas, colheres de aniversário e sacos de farinha.
“Não é fácil concorrer nesse concurso. Os participantes não brincam em serviço. Todos chegam com fantasias incríveis. É uma oportunidade de celebrar a nossa arte e mostrar nosso trabalho. É um evento muito importante para todos nós. Que esse concurso nunca se acabe”, declarou o vencedor.
 
Ficaram com a segunda e a terceira colocação na categoria Originalidade Fábio Bezerra, de Petrolina, com a fantasia “Oxum, a Moça que Mora N’Água”, e Antônio Matos, da mesma cidade, com o tema “Dia de Branco – Um Brinde à Musicalidade de Geraldo Azevedo”.
 
Não faltaram brilho, cores, criatividade e muita história. Foram avaliados itens como beleza, elegância, simpatia, desenvoltura na passarela, pedraria, penas, postura, além de semelhança com a ideia original.
 
Tradição – Para o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, a realização deste evento mantém acesa a tradição e cultura LGBT. “Esse concurso é muito importante porque possibilita, sobretudo, a criatividade da população LGBT. É uma forma de fomentar a veia cultural, valorizando essa população que é tão criativa e cheia de talento”, afirmou.
 
Critérios –  Os jurados levaram em conta a beleza, elegância, simpatia, desenvoltura na passarela, pedraria, penas, postura e, por fim, o valor gasto pelo candidato na produção da roupa, especialmente na categoria luxo, a mais esperada do evento.
 
Na categoria Originalidade, os critérios são a semelhança com a ideia original. Entretanto, é proibida a utilização de materiais preciosos, pedrarias caras, penas raras e lantejoulas, entre outros assessórios que possam dar conotação de Luxo. Além de dois novos critérios dentro da avaliação, que são apresentações que representem “protesto” e “irreverência” de situações da atualidade.
Fotos: Mauro Akin Nassor/Secom

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