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Em parceria com a Prefeitura, Aldeias Infantis SOS Brasil acolhe crianças e adolescentes há mais de 20 anos

Uma família composta por sete crianças e uma mãe é recebida numa unidade de acolhimento para reconstruir seu próprio futuro. A genitora falha nesse desenvolvimento e os filhos são adotados por novas famílias que lhes garantem proteção. Esta é uma síntese das inúmeras histórias que já foram ou são acolhidas pela Aldeias Infantis SOS Brasil, organização humanitária que trabalha em parceria com a Prefeitura de Lauro de Freitas.

Presente no município desde 1999, a  Aldeias Infantis SOS Brasil tem a missão de defender e garantir direitos de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. A parceria da Prefeitura Municipal assegura para a organização a disponibilidade de 20 vagas de acolhimento, com a cobertura de despesas em relação a estada, alimentação, vestuário, material escolar, além do pagamento dos profissionais que atuam no espaço.

O acolhimento de crianças e adolescentes na Aldeias  passa antes por acompanhamento de autoridades da proteção infantil, que se inicia com o Conselho Tutelar, Ministério Público, até a Vara da Infância e Juventude. A organização funciona como uma espécie de última instância para os jovens que não tiveram condições de seguir com o desenvolvimento junto a família natural e precisam de uma rede de amparo para dar continuidade às suas formações.

Atualmente, a unidade acolhe seis adolescentes, sendo cinco dessas pessoas com deficiência. A estrutura conta com duas casas lares, cada uma com quatro quartos, três banheiros, sala de estar, cozinha, quintal e área de convivência. O trabalho de acolhimento é realizado por uma equipe técnica, entre assistente social, psicólogo e assistente de desenvolvimento familiar, e pelas mães sociais, além do administrativo, coordenação e manutenção.

Segundo a coordenadora Joilsa Brito, as histórias de crianças e adolescentes que chegam até o serviço de proteção e acolhimento perpassam por abuso sexual, maus tratos, violências física e psicológica e outros tipos de negligência. “Nosso papel é fortalecer vínculos para que esses jovens possam retornar ao seio familiar. Em casos em que não existe a possibilidade da reintegração à família natural, o pai ou mãe perde a tutela, e os nomes dessas crianças vão para o banco de adoção”, explicou.

Ainda de acordo com Joilsa, as seis crianças que se encontram acolhidas na Aldeias estão disponíveis para serem adotadas. “Recentemente tivemos um caso de êxito. Uma criança foi adotada através de um projeto de adoção do Paraná. O nosso trabalho sempre foi autônomo. Entretanto, buscamos parcerias para garantir o serviço de acolhimento com qualidade, como no caso da Prefeitura, e estamos sempre abertos para todos que queiram colaborar com a nossa missão”, frisou.

Mães Sociais

Para garantir o acompanhamento de direitos básicos, como alimentação, educação, saúde e lazer, o trabalho de mães sociais entra em cena. São elas, cuidadoras residentes, responsáveis pelo desenvolvimento de vida dos jovens acolhidos. No Espaço de Lauro de Freitas, cinco mães sociais, além de três que fazem substituição, desempenham a função de cuidar, disciplinar, transmitir amor e ensinar tudo do jeitinho que toda mãe faz.

A mãe social, Rosimere dos Santos, trabalha há dois anos na Aldeias. “A gente prepara a comida, leva ao médico, participa da escola, faz lazer com eles, trocamos carinho e também damos puxão de orelha. Tenho costume de dizer que não somos só mães, somos psicólogas, pedagogas, assistentes sociais. Nosso maior desafio é saber o que se passa na cabecinha deles, principalmente dos que necessitam de mais atenção. Mas quando percebemos que uma criança se reinventou, alcançou seus objetivos, essa é a parte mais gratificante”, relatou ao afirmar que sua profissão se resume em amar o desconhecido.

Fortalecimento familiar

Outro serviço prestado pela Aldeias SOS é o de fortalecimento familiar e comunitário. A frente atua na prevenção da separação familiar, com o apoio às mulheres vítimas de violência, através do desenvolvimento de projeto de costura e brechó que fomentam o empoderamento feminino e a autonomia financeira, e, consequentemente, a fim de proteger crianças e adolescentes.

As mulheres que participam do fortalecimento familiar são encaminhadas pelo Centro de Referência Lélia González, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres (SPM). Nos próximos dias 27, 28 e 29, as integrantes do “Ateliê das Mainhas” farão a sua primeira mostra dos produtos confeccionados pelo projeto. Estarão disponíveis para venda no Tricenter (Itaigara-SSA), das 9h às 18h, artefatos como chaveirinhos, panos de prato, avental, bonecas de pano, peso de porta e outros.

Aldeias Infantis SOS

A Aldeias Infantis SOS surgiu na Áustria com o educador Hermann Gmeiner, com a finalidade de acolher crianças órfãs, vítimas da II Guerra Mundial. Com o passar do tempo, o campo de atuação foi ampliado com programas para famílias, defesa de direitos e ações voltadas à saúde e nutrição, centros educacionais e promoção de direitos das mulheres. No Brasil, existe há mais de 50 anos, em 31 localidades pelo país, com a missão de que nenhuma criança tenha que crescer sozinha. Em Lauro de Freitas, a organização funciona na Av. Amarílio Thiago dos Santos – 144 – Centro.

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