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Adolfo Menezes (PSD) é eleito novo presidente da ALBA

O deputado Adolfo Menezes (PP) foi proclamado presidente da Assembleia Legislativa da Bahia para o biênio 2021–2023 ontem, às 18h41. Obteve 60 votos, a maior votação de todos os integrantes da nova Mesa Diretora. Aplaudido de pé pelos parlamentares, ele passou a direção da sessão para o deputado Alan Sanches (DEM) para proferir, emocionado, seu discurso inicial compromissado com o compartilhamento das decisões, a abertura do gabinete da Presidência aos pares e com a austeridade.

Foi uma transição negociada, transparente, que observou a proporcionalidade na distribuição dos cargos. Onze partidos presentes no plenário da ALBA ocuparam os 14 cargos da Mesa Diretora recém eleita (incluídos cinco suplentes). Precauções sanitárias severas limitaram o acesso ao local das votações na longa sessão que durou pouco mais de quatro horas e meia. Todos mediram a temperatura antes de ingressar na Assembleia, álcool 70 foi disponibilizado e o acesso à sala do cafezinho e ao saguão Nestor Duarte vedado.

Ao todo foram realizadas três votações secretas, pois Hilton Coelho (PSOL) se lançou candidato à presidência, como já fizera na eleição do deputado Nelson Leal (PP) dois anos antes, e o deputado Marcelo Veiga (PSB) disputou – e venceu a correligionária Fabíola Mansur na votação para a segunda vice-presidência. Por acordo, os demais cargos foram votados de uma só vez através de chapa confeccionada na Secretaria Geral da Mesa. O processo de votação começou às 14h48, após o presidente dos trabalhos, Nelson Leal explicar a sistemática dos trabalhos e cada parlamentar apresentar o nome para a votação

Secretariado pela deputada Maria del Carmen (PT) as chamadas privilegiaram os 15 deputados com mais de 60 anos por ordem alfabética,  sendo os demais chamados à cabine indevassável também nessa ordem. A votação que definiu a presidência levou 38 minutos. A disputa pela segunda vice, apenas 20, e o restante da chapa 36. Para a escrutinação foram convocados os deputados Samuel Júnior (PDT), Vítor Bonfim (PL) e Sandro Régis (DEM). Antes de proclamar o resultado o presidente da Mesa que encerrava o mandato, deputado Nelson Leal, se despediu com um discurso da tribuna em que celebrou a tolerância, o respeito, a democracia, e agradeceu o apoio recebido nos 731 dias de sua presidência.

Lamentando os 224 mil mortes do Covid-19 não poupou críticas à condução que a Presidência da República imprimiu no combate ao flagelo, observando um minuto de silêncio para marcar o seu pesar pelas mortes, e lembrou o técnico de informática da ALBA Cícero Clemente. Com emoção agradeceu aos pais, Emerson e Lia, a esposa, Danda, e às três filhas e irmãos pelo apoio – bem como elogiou o sucessor. Também agradeceu a cada deputado, aos membros da Mesa, aos líderes, ao funcionalismo e ao governador Rui Costa e ao vice-governador João Leão

O tom da fala do presidente Adolfo Menezes igualmente foi cordial em relação ao antecessor, bem como da defesa da ciência como mecanismo para o combate à pandemia. Ele lamentou a morte de tantos brasileiros – mais de dez mil baianos – e elogiou a postura responsável do governador Rui Costa e do então prefeito ACM Neto que deixaram divergências de lado e trabalharam juntos em prol dos baianos. Elogiou e agradeceu o trabalho dos profissionais de saúde e assumiu o compromisso de compartilhar o poder com os pares, evitando as decisões monocráticas.

Emocionado, conteve as lágrimas a custo em duas oportunidades, analisou as dificuldades econômicas geradas pela pandemia, bem como a perda de milhares de empregos com o fechamento da Ford em Camaçari. Em pediu o apoio dos servidores, “certo de contar com o melhor empenho de todos” e agradeceu o apoio de todos os colegas e, em especial, ao governador Rui Costa. Ele também dirigiu palavras de agradecimento aos senadores baianos, Jacques Wagner, Otto Alencar e Angelo Coronel, bem como ao vice-governador João Leão.

O presidente Adolfo Menezes lembrou o irmão, o falecido deputado Herculano Menezses, e o pai, Pedro, igualmente desaparecido. Encerrou com agradecimentos a esposa Denise, à mãe, dona Josefa, que aos 90 anos compareceu à cerimônia, aos dois filhos e irmãos. Foi aplaudido seis vezes. Após o encerramento dos trabalhos deu coletiva na sala que leva o nome do seu irmão, Herculano Menezes.

Fotos: Vaner Casaes/ALBA

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