Municípios

Com 5 milhões de fiscais e mesários, eleições podem ser disseminadoras do vírus

Prefeitos alertam que sem vacina processo eleitoral pode ser propulsor do coronavírus no Brasil
Com a apresentação de argumentos do ponto de vista sanitário, jurídico e econômico, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) realizou na última sexta-feira (12) mais uma rodada de debates sobre as eleições municipais deste ano no Brasil. Segundo a CNM, sem a previsão de um cenário seguro, diante da falta de controle da pandemia do Coronavírus, o Movimento Municipalista Brasileiro exige que a decisão sobre uma nova data para as eleições no país seja validada pela autoridade sanitária. De acordo com a CNM, estudos apontam que o próprio processo eleitoral pode ser o propulsor de uma segunda onda do Coronavírus no Brasil, dado o tamanho do pleito e número de pessoas envolvidas em sua organização.

O debate em plataforma online reuniu os presidentes de associações municipalistas dos diversos estados brasileiros e articulou a abertura de um diálogo com os líderes partidários. O presidente da CNM, Glademir Aroldi, explicou que após a reunião do último dia 8 de junho, entre os presidentes da Câmara e do Senado com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Barroso, serão ouvidos agora os líderes partidários do Congresso para a instalação de uma comissão parlamentar em Brasília que debaterá o tema.

“Os líderes dos partidos indicarão os membros dessa comissão. Então, eles são nosso foco para pedir espaço ao movimento municipalista. Nós estamos preocupados com a saúde da população brasileira e, quem sabe, a gente consiga explanar e levar um ou dois especialistas nessa comissão para colocar a real situação que o Brasil está vivendo”, ponderou Aroldi sobre a necessidade de embasamento científico na decisão de adiar as eleições. A CNM tem se reunido com duas universidades, a PUC-RIO e a Universidade de Pelotas, para divulgar estudos com a argumentação científica sobre os riscos da realização das eleições municipais deste ano.

A liderança baiana foi enfática. Representando o presidente da UPB, Eures Ribeiro, participou da reunião o diretor da entidade, Beto Maradona, que cobrou do Congresso e do Judiciário que ouçam os municípios, onde de fato a pandemia tem sido combatida. “O Censo do IBGE, que é uma coisa importante para nossa economia foi cancelado, tantos eventos como o Enen foram adiados, outros países adiaram as eleições, por que manter? O congresso e o TSE não podem tomar decisões sem ouvir os municípios. Temos que exigir nossa presença nessa reunião. Não pode se tomar uma decisão entre 100, 130 deputados sem ouvir os mais de 5 mil prefeitos de todo o Brasil”, clamou o gestor.

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