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Diagnóstico precoce das disfagias orofaríngea reduz riscos de complicações clínicas

9 de dezembro é o Dia Mundial do Fonoaudiólogo, data instituída para alertar sobre a importância deste profissional que atua no desenvolvimento da linguagem oral e escrita, audição, fala, voz, disfagias, entre outras.

Dificuldades na deglutição de alimento, saliva e secreção – denominadas disfagias orofaríngea – são comuns em pessoas que estão restritas ao leito, e o número de pessoas nesta condição aumentou consideravelmente com a pandemia da Covid-19.

No dia 9 de dezembro, instituído como o Dia do Fonoaudiólogo, a importância do diagnóstico precoce das causas destes sintomas e do correto tratamento é ressaltada pela fonoaudióloga e coordenadora da Fono Care, Analu Siqueira Santos de Melo, que atua com os pacientes em home care da S.O.S. Vida.

“A prevenção, de forma geral e no contexto dos pacientes em atenção domiciliar, diminui os riscos de complicações clínicas como pneumonias aspirativas, desnutrição e desidratação. Desta forma, as reinternações hospitalares também são reduzidas”, afirmou.

Neste sentido, segundo ela, a avaliação fonoaudiológica possibilita a manutenção da integridade dos aspectos nutricionais, hidratação, função pulmonar e integração social do paciente. Além disso, o fonoaudiólogo atua na prevenção, avaliação, diagnóstico, habilitação/reabilitação das funções do sistema sensóriomotor oral e busca minimizar as limitações cognitivas relacionadas à comunicação.

No contexto o home care, o tratamento de fonoaudiologia é feito dentro da assistência multidisciplinar, envolvendo a família, cuidadores e outras especialidades, como a Nutrição, que vai adaptar a alimentação quando preciso.

“O tratamento se dá de forma humanizada e personalizada, sempre levando em consideração a patologia de base e individualidades de cada paciente. O fonoaudiólogo gerencia as necessidades, além de especificar o melhor método de tratamento e acompanhar o rendimento. Nas sessões são realizados exercícios miofuncionais e manobras facilitadoras além de técnicas terapêuticas específicas. Nestas são utilizadas memórias e experiências de vida significativas para o paciente, pois potencializam os resultados”, detalha a fonoaudióloga.

São fatores de risco para disfagia e passível de encaminhamento para avaliação fonoaudiológica: pacientes com doenças neurológicas, demências avançadas, uso de ventilação mecânica, uso de traqueostomia, histórico de intubação orotraqueal prolongada, uso de via alternativa de alimentação, história pregressa de broncoaspiração, pneumonias recorrentes, dificuldade de engolir, sensação de alimento parado na garganta, tosse antes, durante e após a deglutição.

Analu Siqueira também atua no paciente de ventilação mecânica, realizando adaptação de válvula fala e deglutição (de acordo com critérios clínicos), e no processo de desmame e decanulação da traqueostomia, uma vez que esse dispositivo representa um fator de risco e de impacto na deglutição e comunicação.

“Geralmente é necessário o ajuste da consistência alimentar e adequação de utensílios utilizados. Em alguns casos é preciso a indicação de via alternativa de alimentação ou trabalha-se para o desmame e consequentemente a retirada da mesma, devolvendo ao paciente a alimentação por via oral de forma segura e eficaz, proporcionando prazer e qualidade de vida”, observou a fonoaudióloga.

Ela ainda ressaltou a importância do trabalho do fonoaudiólogo junto à equipe multi e interdisciplinar no home care, envolvendo o treinamento e educação continuada da equipe, dos familiares e cuidadores nesse processo. “Esses pilares são imprescindíveis para um tratamento de sucesso”, afirmou.

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