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Drones sobre nossa cabeça

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Jolivaldo Freitas

Os Estados Unidos não são flor que se cheire. Ele é culpado pela maioria dos dramas geopolíticos em vários continentes e sabe disso, mas não faz o mea culpa. Em certa medida, suas ações beiram ao terrorismo e somente não sofre punições da ONU – Organização das Nações Unidas, pelo seu poder dentro da organização, vez que praticamente é quem a patrocina. Os EUA fazem o que querem e almejam, para dar satisfações à sua política interna e, na boa parte das vezes, para assegurar o status quo dos americanos – mesmo em detrimento de outros povos. Isso vem acontecendo desde a Segunda Guerra Mundial, quando depois de tê-la ganho, com a ajuda fundamental, da Rússia e de outras nações em menor escala, passou a se arvorar a ser tribunal do mundo.

Se, no início sua atitude belicista e “protetora” serviu par brecar as aspirações russas de englobar o planeta com sua filosofia comunista, por outro lado conveio para disseminar erros que foram determinantes para dificuldades sociais, econômicas e políticas em diversos países, notadamente aqueles localizados na América Central e na América do Sul. Para quem torce a favor dos Estados Unidos de forma passional, basta ver que este país sempre ajudou a deflagrar guerras, a dividir nações, a sustentar conflitos, a derrubar regimes (como o ocorrido com o Brasil no período da Ditadura Militar. E, pasme, até denúncias de torturas como as ocorridas em Guantánamo, prisão americana em Cuba. Tudo em nome da segurança, da democracia e dos direitos humanos.

 Claro que a atitude de países como o Iraque e o Irâ em promoverem o terrorismo declarado sem fronteiras precisa ser combatido e isso somente os Estados Unidos podem fazer, por ser um país detentor de poderio militar que permite estar em qualquer fronteira. Mas, os EUA têm culpa no cartório, vez que o desequilíbrio político em diversos países é consequência de atitudes políticas erradas. Ainda mais quando apoiou a derrubada de ditadores para dar vez a outros tipos de dominadores.

Direta ou indiretamente os EUA terminam sendo culpados pelo imenso número de mortos, seja por drones, bala, doenças, fome ou fugas em massa. O que se vê agora no Irã é apenas uma ponta do iceberg. Estudos mostram que os drones, hoje, têm papel destacado no aumento de mortos. Somente no Paquistão, em dez anos, foram mais de dois mil mortos por drones. Não se trata de novidade. A arma chama a atenção neste instante por causa do assassinato do general terrorista iraniano  Soleimani.

Ocorre que os EUA não estão mais agindo com domínio e jogando solto. Seu jogo está sendo marcado de perto por outras grandes potências militares como a Rússia do ditador Putin e a China do também autocrático Xi Jinping. Todos têm tanques, mísseis, bombas atômicas e drones. Todos têm interesses no Oriente Médio e nos passos errados que vem dando o maluco do Trump , estão crescendo em influência, enquanto EUA começam a ser escamoteados. E, quanto mais retirar tropas e perder bases, mais desmoralizado fica. Certo é que o mundo está mais perigoso e até o Brasil, com as besteiras de Bolsonaro, entrando na confusão sem ser chamado, nos coloca no olho do furacão. Bolsonaro não percebeu que os EUA só sabem botar chifres.

Escritor e jornalista. Autor de “A Engenharia e a História das Bahia”, “Amor Roxo e “Histórias e Folclore da Avenida Sete”. Email: Jolivaldo.freitas@yahoo.com.br

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