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Em live, deputado Robinson Almeida e vereador Silvio Dias falam sobre CPI das cestas básicas em Feira

Até leite in natura foi distribuído nas eleições em lojas de material de construção

O deputado estadual Robinson Almeida (PT) e o vereador Silvio Dias (PT) conversaram, na noite desta quinta-feira (20) em live no Facebook, sobre a CPI das Cestas Básicas, na Câmara de Vereadores em Feira de Santana, que investiga abuso de poder político e econômico pela gestão do prefeito Colbert Martins (MDB) nas eleições de 2020. A distribuição de alimentos foi uma das iniciativas do grupo que controla o municipio há 20 anos, que teria interferido no resultado das eleições na Princesa do Sertão, garantindo a reeleição do meedebista na disputa contra o deputado Zé Neto (PT) em novembro passado.

“Quando eles viram que iam perder, esqueceram a ética, esqueceram a moral e foram pra cima da eleição. A gente viu, no segundo turno, ônibus com pneus cortados pra impedir o nosso eleitor de ir votar, nós vimos e ouvimos pessoas falando que foram coagidas a votar, sobretudo funcionário público sobre pena de perder o emprego, ameaças que eram claras, estavam nas redes sociais, inclusive video do ex-prefeito em determinado local reunindo funcionários públicos dizendo, “olha vocês precisam sair de casa em casa”… Então foi todo um conjunto e nesse conjunto houve a questão das cestas básicas, que está sendo apurada pela CPI”, contextualizou Silvio Dias.

O vereador lembra que apesar da pandemia ter começado em março de 2020 e as medidas restritivas terem impactado o comércio, especialmente o informal, nos primeiros meses daquele ano, a prefeitura de Feira de Santana não implementou nenhuma política de proteção social naquele momento.

“Passou março, abril, junho, julho, quando se aproximou do processo eleitoral é que a prefeitura começou a comprar cestas básicas. Comprou 52 mil cestas básicas primeiro, depois, já na boca do segundo turno, comprou mais 26 mil e se tem notícia que esse número chegou a quase 100 mil cestas básicas. A distribuição foi concentrada no periodo eleitoral, houve dezenas de denúncias, vídeos, áudios, os moradores denunciando até a entrega de cestas básicas depois de comícios ou atos eleitorais do prefeito (…). Há elementos fartos na cidade, pessoas dispostas a confirmar o que ocorreu, inclusive a distribuição de leite in natura em lojas de material de construção, tudo isso em troca de apoio politico à reeleição do prefeito”, enfatizou o parlamentar.

Na época coordenador da campanha do candidato a prefeito Zé Neto, o deputado Robinson Almeida recordou que o grupo que comanda Feira de Santana há 20 anos teve uma derrota política e uma “vitória” eleitoral utilizando-se do abuso do poder econômico e político, do arbítrio e de práticas antiéticas no processo eleitoral.

“Realmente, quem viveu a eleição de Feira de Santana viu o que um grupo político é capaz para se manter no poder, sem escrúpulos nenhum, sem nenhum cuidado com o interesse público. Uma manipulação grande da máquina eleitoral, no dia da eleição, caso que ficou notório, como cortar e furar pneu de ônibus, a utilização da superintendência de trânsito para impedir a circulação dos veiculos. Foi um show de arbítrio a eleição em Feira”, destacou.

Na live outros temas também foram abordados, como a contratação de terceirizados via cooperativas e o corte do salário de professores na pandemia. Sobre os próximos passos da CPI, o vereador Silvio Dias informou que nesta sexta-feira (21) haverá a oitiva de dois funcionários públicos que aparecem em vídeos e áudios relacionados ao objeto da investigação do colegiado.

CPI

A CPI da “cesta básica” foi instaurada no dia 6 de maio com o objetivo fe apurar denúncias envolvendo suposta distribuição de alimentos com fins eleitoreiros e a venda de leite de programa de assistência social.

A comissão tem como presidente o vereador Emerson Minho (DC), a relatora é a vereadora Eremita Mota (PSDB) e Silvio Dias (PT) é membro. Além dos titulares, fazem parte do colegiado, como suplentes, os vereadores Professor Ivamberg (que substituiu o vereador Paulão do Caldeirão) e Luiz da Feira (PROS).

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