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Hilton: Volta às aulas na Bahia, neste momento da pandemia, significa contribuir com o avanço do coronavírus

Membro da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), o deputado Hilton Coelho (PSOL) expressou repulsa às declarações do governador Rui Costa (PT) em relação ao retorno às aulas nas escolas estaduais. “O Brasil já registra mais de 94 mil mortes causadas pelo coronavírus. Na Bahia são cerca de 3.600 mortes. Mesmo assim, a reabertura das escolas esta na pauta de discussão do governo estadual. Ora, como garantir os tais protocolos para retorno às aulas se hoje o governo estadual não assegura bebedouros, ventiladores em salas de aulas, sanitários dignos em boa parte das escolas? A declaração do governador Rui Costa, na manhã desta segunda-feira, 3, merece nosso repúdio e representa uma ofensa à categoria que luta pela vida”.

O parlamentar considera “um desrespeito afirmar ou insinuar que a categoria vai para bares e shoppings, mas protesta para não voltar a dar aulas. Quem mais se dedica e se esforça para que as aulas aconteçam são as educadoras e educadores da Bahia. Uma pena que o governador Rui Costa não saiba disso. Afirmar que as aulas retornam sem fim de semana e sem recesso mostra desprezo pela vida. É possível repor conteúdo e cumprir calendário. Impossível, porém, é repor a vida. Expor vidas à morte é genocídio, sim! Não nos surpreendemos com esta postura vinda de alguém que não se sensibiliza com o extermínio da juventude negra que ocorre nas ações policiais como denunciam os organismos em defesa dos direitos humanos”.

Hilton Coelho conclui acrescentando que “as universidades públicas, com mais estrutura e com mais capacidade de manter políticas de distanciamento, decidiram não retornar as atividades neste ano. Seria justo e responsável forçar o retorno às atividades na rede básica sem segurança alguma? Essa é uma das nossas perguntas para o governo que se diz seguidor da ciência e fiador do Comitê Científico do Consórcio Nordeste. O governador Rui Costa resume a volta às aulas como uma questão de vontade das educadoras e educadores, o que não corresponde à realidade. O vírus vem mostrando a sua capacidade de alta reprodução e por consequência de alta letalidade. Forçar o retorno às aulas é colocar a vida da nossa população em risco, o que pode gerar uma situação de colapso na rede de saúde elevando o número de mortes”.

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