Salvador

Ireuda Silva alerta para vulnerabilidade dos jovens negros no Dia Internacional para Eliminação da Discriminação Racial

A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice-presidente da Comissão de Reparação, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), lembrou nesta terça-feira (21) a importância do Dia Internacional para Eliminação da Discriminação Racial. Para a republicana, a data é uma oportunidade para debatermos as mazelas do racismo estrutural e a vulnerabilidade enfrentada pela imensa parcela negra e pobre da sociedade brasileira.

O Dia Internacional para Eliminação da Discriminação Racial foi proclamado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1966, em memória ao chamado Massacre de Shaperville, em Johanesburgo, na África do Sul, em 1960. Naquele dia, 69 pessoas morreram e centenas ficaram feridas após um confronto com a polícia quando os negros protestavam pacificamente contra a Lei do Passe, que exigia uma caderneta que dizia onde poderiam ir ou não.

“Até não muito tempo atrás, a África do Sul tinha leis que proibiam as pessoas negras de entrar em determinados espaços. Quem ousasse protestar era severamente agredido ou até morto pela polícia. Hoje, embora a legislação nos mais diversos países rejeite a discriminação e defenda a igualdade, o que vemos no dia a dia é bem diferente”, diz Ireuda.

“Os negros, principalmente os jovens, correspondem a 80% das mortes violentas no Brasil. São os alvos preferenciais das abordagens policiais e os que menos têm acesso à educação, a serviços públicos de qualidade e ao mercado de trabalho. E são os que mais morrem. É um massacre que parece passar cada vez mais batido aos olhos da sociedade”, acrescenta.

Outra evidência dolorosa do racismo estrutural é o grande contingente de trabalhadores em condições análogas à escravidão no Brasil. “É cada vez maior o número de homens e mulheres negros resgatados dessas situações, que são um desdobramento de um processo escravocrata iniciado há séculos no Brasil. Isso deveria ser considerado crime hediondo, mas o que vemos é a leniência da sociedade e das nossas instituições”, pontua Ireuda.

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