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Lideranças religiosas de Lauro de Freitas são homenageadas como Guardiões da Ancestralidade

O Auditório Abdias do Nascimento, no Centro de Referência da Cultura Afro-Brasileira do Terminal Turístico Mãe Mirinha de Portão, foi tomado pelo o branco das vestes de adeptos do Candomblé. Eles foram homenagear os 26 Guardiões da Ancestralidade de Lauro de Freitas, nesta sexta-feira (23). Em sua 15ª edição, o evento promovido pela Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro (Fenacab), com o apoio da Prefeitura Municipal, reconhece lideranças religiosas que atuam na defesa das tradições de matriz africana.

O dia de homenagem contou com café da manhã, mesas de debates afirmativos, almoço, além da Feira da Economia ‘Só Sagrado’ que comercializa peças de artesanato e acessórios que valorizam a cultura e a religiosidade do povo de santo. A prefeita Moema Gramacho, que é reconhecida pela Fenacab como Ojú Ará Orixá (Olhos do Povo de Santo), destacou a existência de terreiros como mantenedores da cultura e ancestralidade dos povos tradicionais.

“Dentro da gestão buscamos valorizar e garantir ações para que essa resistência tenha força. A criação da Secretaria de Políticas Afirmativas, Direitos Humanos e Promoção da Igualdade Racial faz parte de um legado que vamos deixar no município, e tudo o que pudermos fazer para valorizar e garantir a manutenção da cultura afro-brasileira vamos fazer. Esta 15ª edição, que simboliza anos de resistência, é motivo de muito orgulho”, disse Moema na mesa de abertura.

O presidente da Fenacab, Jadilson Lopes, destacou que os homenageados representam os mais de 400 terreiros existentes no município. “Ficamos esses anos de pandemia separados, mas, nós, povos de santo, gostamos desse aconchego e esta homenagem representa isso, a nossa união. Agradeço a todas e todos que trabalharam para que este evento acontecesse. Para nós é motivo de alegria, por mais uma edição, por mais uma afirmação da nossa cultura e ancestralidade”, ressaltou.

Uma das 26 lideranças religiosas homenageadas, a Odun Okandílogum, Iyá Thiffany Odara, conta que o reconhecimento é um momento sublime no que tange a ancestralidade de matriz africana. “Enquanto Ialorixá me sinto feliz e grata por saber que estamos ocupando espaços e galgando o reconhecimento afro-diaspórico. Esta homenagem na minha vida reflete na vida de mulheres negras de Candomblé, de minha família e em especial as que estão vivas, e in memoriam a minha vó Gildeth Argolo da Silva – Dona Detinha que em 1960 fundou o terreiro Oya Matamba no bairro de portão – e isso diz muito que nossos passos literalmente vem de longe”, disse.

Texto –  Laerte Santana

Foto – Danilo Magalhães

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