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Mais de 400 dependentes de álcool e drogas são atendidos no Caps AD de Lauro de Freitas

“O Caps mudou minha vida, me deu uma nova oportunidade de sonhar e lutar para realizar cada um dos meus sonhos junto com a minha família e meus amigos”. O relato emocionado é de Cláudio Manoel dos Santos*, 25 anos, que há cerca de três meses é acompanhado pela equipe multidisciplinar composta por médicos, terapeutas, assistentes sociais, farmacêuticos e técnicos do Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (Caps – AD), localizado no bairro do Caji, em Lauro de Freitas. Ele, através do cuidado e atendimento humanizado, conseguiu se afastar da dependência química.

Assim como ele, atualmente outras 472 pessoas são assistidas pelo equipamento. No local, que tem mais de 5 mil m² de área verde, piscina e espaço de convivência, são desenvolvidas oficinas de musicoterapia, artesanato, psicoterapia ou consultas com médicos psiquiatras e atividades físicas. “O Caps funciona de portas abertas, ou seja, pessoas com problemas relacionados a álcool e outras drogas são acolhidas e, de acordo com suas necessidades, são realizados os encaminhamentos”, explica a coordenadora da unidade, Leylane Andrade.

Enquanto aguardava sua vez para receber atendimento, Leia Silva*, relatou que sofre com a dependência do álcool desde a infância. “Eu era muito nova quando comecei a buscar na bebida o consolo que muitas vezes não encontrava em casa”, conta ela. A dona de casa lembra o momento exato em que decidiu transformar sua vida. “Eu acabei perdendo tudo, perdi emprego, casa, família e minha dignidade. Então uma amiga me chamou para vir até o Caps e buscar ajuda”, disse.

As histórias de superação se confundem em cada assistido que percorre as salas do Caps. O psiquiatra e especialista em dependência química, Rogério Jesus, relata que por conta da pandemia, nos últimos dois anos houve um crescimento em relação a necessidade de buscar atendimentos relacionados à saúde mental.

“As incertezas de diversas naturezas fazem aumentar o grau de ansiedade ou o medo do futuro incerto e quando isso não é devidamente tratado aumenta os sintomas de depressão. O indivíduo que sofre psiquicamente precisa buscar atendimento e ter imediata assistência”, frisou.

O CAPS-AD funciona de segunda a sexta-feira das 07h às 16h, na rua dos Prazeres, Caji. Os atendimentos são direcionados a crianças, adultos e idosos com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas. Para pacientes que queiram buscar o atendimento pela primeira vez, os dias de acolhimento são: segundas, terças, quartas ou sextas. Mais informações pelos números 3288-7407 ou 3288-7306.

Janeiro Branco

“Não há saúde sem saúde mental”, a frase de conscientização utilizada pela Organização Mundial de Saúde recebe o reforço com a campanha mundial Janeiro Branco. Em Lauro de Freitas, durante o primeiro mês do ano, o tema é abordado nas salas de espera das Unidades de Saúde da Família e das três unidades do Caps – Caps AD, Infantil e Caps Eduardo Alves de Araújo.

O médico explica que muitos fatores podem colocar a saúde mental do indivíduo em risco, entre eles estão a violência, situações de violação de direitos humanos, mudanças sociais rápidas, estresse no ambiente de trabalho e discriminação.

“Tratar o tema saúde mental é fundamental e deve ser feito durante todo o ano. Essa abordagem pontual em janeiro chega para que vejamos que é preciso discutir e não há como imaginar que este indivíduo possa ficar sem algum tipo de atendimento ou assistência”, alertou.

*Os nomes dos pacientes são fictícios para resguardar suas identidades.

Jornalista: Giovanna Reyner

Foto: Lucas Lins

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