Salvador

“Precisamos lutar para que as conquistas não sejam perdidas”, diz Ireuda Silva no Dia Internacional da Mulher

Lutar para manter conquistas e intensificar o cerco contra a violência e o machismo. É o que defende a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), neste Dia Internacional da Mulher. Ela alerta que 2020 assistiu a uma ameaça contundente aos avanços alcançados nas últimas décadas.

“No ano passado, vimos um aumento exorbitante do índice de violência contra a mulher no Brasil e no resto do mundo. Também houve aumento do feminicídio, do desemprego e da desigualdade de gênero. Um retrocesso provocado pela pandemia e que revelou que o machismo ainda está por aí, forte e pernicioso”, avalia Ireuda.

Segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), em 2020 foram registradas 105.671 denúncias de violência contra a mulher, tanto do Ligue 180 quanto do Disque 100. Do total de registros, 72% (75.753 denúncias) são referentes à violência doméstica e familiar contra a mulher.

“Quando se fala de violência doméstica, pensamos logo em agressões físicas. Mas existem vários tipos de violência, sendo que a psicológica é uma das principais e uma das mais danosas, porém pouco debatida. Passível de punição pela lei, a violência psicológica lança milhares de mulheres em quadros depressivos, contribuindo com a consumação de muitos suicídios. Um verdadeiro feminicídio gradual e invisível aos olhos da sociedade”, acrescenta a republicana.

De acordo com o Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil, a violência doméstica é a principal causa de quadros depressivos e de suicídio entre as mulheres. Outra pesquisa mostra que a violência doméstica e o estupro são a sexta causa de morte ou incapacidade física em mulheres de 15 a 44 anos, mais do que câncer, acidente ou guerra.

“Apesar dos desafios que ainda nos são impostos, também temos motivos para nos mantermos otimistas. As mulheres tiveram muitas conquistas e estão hoje num contexto muito melhor do que 100, 200, 300 anos atrás: temos o direito de votar e participar da política, somos as mais escolarizadas e capacitadas, adentramos os espaços de poder, tanto na esfera pública quanto na esfera privada. Precisamos reconhecer isso para não perdermos a fé”, pontua Ireuda.

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