Salvador

Serviço psicológico auxilia profissionais de saúde durante pandemia

Os trabalhadores da saúde que atuam no combate ao novo coronavírus enfrentam muitos desafios. O medo, as incertezas e a ansiedade são apenas alguns dos males que os têm afetado. Para ajudá-los a superar as dificuldades impostas pela pandemia, o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), órgão ligado à Secretaria Municipal da Saúde (SMS), oferta desde o mês de março acolhimento e apoio psicológico online e gratuito a este público.

A enfermeira Francina Pio da Silva, 55 anos, é uma das beneficiadas com o serviço, e contou que o acompanhamento tem sido essencial para a manutenção do equilíbrio. Ela precisou se afastar do trabalho por integrar o grupo de risco e, em meio a dificuldades financeiras, viu a mãe ser acometida pela Covid-19, e depois perdeu a irmã para a doença.

“Foi uma fase muito difícil, chorava muito, precisava sair da situação que estava. Quando me ligaram para fazer esse acompanhamento fiquei um pouco resistente, mas quando comecei a fazer as consultas percebi o bem que isso estava me fazendo. Me revigorou. Agora, eu consigo falar com meus familiares, consigo rir mesmo com toda dor”, relatou Francina.

A profissional realizou aproximadamente dez sessões e afirma que o serviço pode ser o diferencial para muitos que estão passando por problemas semelhantes aos dela. “Os trabalhos que a psicóloga me passa com exercícios de respiração que eu faço pela manhã e antes de dormir, atividades de reflexão e as orientações como não infiltrar o que é negativo tem me ajudado muito”, destacou.

De acordo com a gerente da Cerest, Tiza Mendes, desde quando o trabalho teve início, as psicólogas responsáveis pelo atendimento aos trabalhadores já realizaram 504 atendimentos. Ela explicou que o formato do projeto foi pensado, inicialmente, para ser direcionado apenas ao acolhimento através de duas formas de contato, mas que esse processo sofreu ajustes.

“Os atendimentos podem ser feitos por telefone ou WhatsApp. Às vezes começam no através do aplicativo de texto, porque o paciente busca construir um vínculo com o profissional de psicologia. É difícil para eles falar com alguém sem olhar no olho, alguém que nunca nem viu ou sequer ouviu a voz”, explicou.

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