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Dia Nacional da Mulher: Diretora da Ages fala sobre como a educação pode transformar vidas

Neste sábado, dia 30, o Dia da Mulher é celebrado no Brasil 

A participação feminina em altos cargos de gestão ainda não representa os números ideais, mas, pouco a pouco, as mulheres têm avançado. Este é o caso de Aristhela Amorim, diretora da Ages, que, neste 30 de abril, dia dedicado às mulheres através da Lei nº. 6.791 de 09 de junho de 1980, conta sua caminhada para superar barreiras de classe, gênero e de educação formal.

A história de Aristhela da Ages, como é conhecida no município de Paripiranga/BA, distante 350 km da capital baiana, por desde muito nova trabalhar na instituição, teve início no povoado Chico Pereira. Na mata, – como são chamados os povoados – não havia muitas perspectivas, conforme ela relata.

A mais nova de quatro filhas da professora Rivandade Maria São Pedro e do agricultor Aristheu de Josias, foi a primeira da família a ter acesso ao ensino superior. Ela conta que seu pai não acreditava no poder da educação. Para ele, quem morava na “mata” não necessitava ter educação formal. Por outro lado, sua mãe e sua avó a incentivavam seus estudos. “Elas falavam que para ser alguém na vida eu teria que estudar”, conta Aristhela.

Com dedicação, conseguiu uma bolsa de estudos em uma escola referência. A partir daí, sua vida começou a ganhar outros rumos. Mesmo com os limites impostos pelas dificuldades financeiras da família, ela não desanimou. Aos 17, após ter passado por outras experiências profissionais, se tornou coordenadora administrativa do Colégio Ages, onde foi bolsista.

Ela conta que a proposta de trabalho aconteceu no mesmo dia de sua formatura do Ensino Médio. “O fundador do colégio, professor Wilson, fez o convite para trabalhar com ele. Pedi demissão na loja onde trabalhava e comecei como coordenadora administrativa”. A ex-aluna passou a ser líder de seus ex-professores e demais funcionários no colégio que era referência em Paripiranga.

“Tenho 40 anos e a Ages faz 40 anos no próximo mês de maio. Minha relação com a instituição começou quando eu tinha apenas quatro anos de idade, quando fui matriculada no então Colégio de Educação Infantil”, relembra orgulhosa. E completa: “Eu já tinha uma paixão por aquela marca e história que vinha me transformando, que me fez ter força, me sentir poderosa e quebrar ciclos”.

Ensino superior

Quando assumiu o cargo administrativo, a marca era apenas colégio. Mas, em 2001, com a implantação da Faculdade Ages, Aristhela tratou de correr atrás da graduação sendo aluna do primeiro curso de Ciências Contáveis da instituição. “Consegui realizar um grande sonho, que era o de fazer uma graduação. Na cidade, havia apenas três pessoas graduadas, o próprio professor Wilson, o juiz e o promotor”, recorda.

Ela iniciou sua carreira na administração, foi contadora, gestora de pessoas, onde atuou por quase duas décadas antes de tornar-se diretora da Microrregião Nordeste, mas ela se identifica mesmo como educadora. “Sempre fui uma educadora e sempre serei. Tudo que foi construído na minha carreira tem relação com minhas convivências, com os professores e mestres que eu tive a sorte de encontrar, como a professora Josefa Risomar e o professor Wilson”, afirma.

Mais desafios

Com a chegada do Ecossistema Ànima, em 2019, a Ages passou a fazer parte de um dos maiores grupo de educação do país e Aristhela, que atuava há cerca de 20 anos em uma empresa local, se sentiu insegura. Mas, há cerca de sete meses, confirmando que “lugar de mulher é onde ela quiser”, a filha de Dona Rivanda e Seu Aristheu se tornou diretora da microrregião Nordeste, que contempla as unidades de Paripiranga, Tucano e Lagarto.

“Assumir esse cargo gerou medo, frio na barriga e desafio, pois eu atuava na gestão de pessoas há duas décadas. Estou à frente dessas unidades e, mesmo tendo 23 anos de casa, desafios e medos existem. Estou feliz, sou feliz, sou fruto de transformação através da educação e a minha paixão em viver a educação no dia a dia é ver outras pessoas sendo transformadas e ver sonhos realizados da mesma forma que a minha vida foi transformada”, finaliza.

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